Rússia ameaça posicionar mísseis nucleares na Europa

Artur Piva - 14/12/2021 - Revista Oeste.
Nesta segunda-feira, 13, o governo da Rússia informou que pode ser forçado a posicionar mísseis nucleares de alcance intermediário na Europa. O ato ocorreria em resposta ao que o Kremlin considera planos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de fazer o mesmo.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, declarou que Moscou terá de se posicionar, caso a Otan não se comprometa com a prevenção dessa escalada. De acordo com Reuters, a fala correu em uma entrevista concedida à agência de notícias russa RIA.
Em 1987, o então presidente norte-americano, Ronald Regan, e o líder soviético Mikhail Gorbachev assinaram um tratado proibindo as armas nucleares de curto alcance no continente europeu. Na época, o ato foi considerado um grande alívio das tensões da Guerra Fria.
Tensões da Rússia com o ocidente
No domingo 12, o G7 avisou a Rússia que o país enfrentará grandes consequências se o presidente Vladimir Putin atacar a Ucrânia. O grupo é formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Seis deles fazem parte da Otan. A única exceção é o Japão, que não está próximo ao Oceano Atlântico, mas é considerado um aliado importante do bloco.
“A Rússia não deve ter dúvidas que mais agressões militares à Ucrânia terão grandes consequências e altos custos em resposta”, informou o G7, depois de uma reunião de seus chanceleres em Liverpool.
A Inteligência dos Estados Unidos acredita que os russos podem estar planejando uma grande ofensiva militar contra a Ucrânia já em 2022 — que era controlada por Moscou durante a Guerra Fria. Da mesma forma, no começo do mês, as autoridades ucranianas revelaram que a data mais propícia para um ataque russo seria em janeiro.
O presidente Putin negou a intenção de realizar a invasão. Contudo, o político quer garantias de que a Otan não vai se expandir para o leste. O governo norte-americano tem dito repetidamente que nenhum país pode vetar as expectativas da Ucrânia.