Em 22 de março do longínquo 1963, era lançado no Reino Unido “Please Please Me”, o primeiro álbum da icônica e controversa banda.



Com canções como “Love Me Do“, “Twist and Shout“, “I Saw Her Standing There” e a homônima ao álbum, “Please Please Me“, a polêmica banda inglesa, símbolo da era da contravensão, da militância cultural contra os valores tradicionais, se apresentou ao mundo pela primeira vez há exatos 58 anos. A revista Rolling Stone, em 2003, concedeu a 39º posição no ranking dos 500 melhores álbuns de todos os tempos para os autointitulados “more popular than Jesus“.

A banda de Liverpool, formada por John Lennon (guitarra e voz), Paul McCartney (baixo e voz), George Harrison (guitarra e voz) e Ringo Starr (bateria e voz), nasceu na efervescência da década de 1960, época em que o mundo fora testemunha das deliberações do Concílio Vaticano II e dos seus frutos imediatos. No âmbito da cultura, as mudanças foram profundas e permanentes: as pessoas passaram a celebrar o subjetivo, o estranho, o excêntrico a despeito da harmonia intrínseca à Arte. A cultura pop ganhou ares de esoterismo. Nesse sentido, os anos 1960 podem ser comparados, mutatis mutandis, à Revolução Francesa ou, saltando para trás na linha do tempo, à Torre de Babel.

Descobertos em 1962 por Brian Epstein, um sujeito problemático que sofria de dependência química, a banda fez um sucesso considerável com o single “Love Me Do“, resultado de um contrato com Epstein. Em um período de tempo extraordinariamente curto, os Beatles fizeram um sucesso monstruoso: garotas desmaiavam ao vê-los passar, garotos vestiam-se à moda Beatle e, juntos, meninos e meninas tomavam o rumo da Nárnia beatleniana, tudo regado a drogas, sexo e, claro, rock and roll. Era o fenômeno da “Beatlemania“. Mas a banda não durou muito, na década seguinte os seus membros continuaram suas carreiras como músicos solo. Após “Please Please Me”, eles lançaram diversos álbuns de sucesso, como “A Hard Day’s Night” (1964), “Revolver” (1966), “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” (1967) e “Let It Be” (1970).

Numa entrevista em março de 1966, John Lennon disse que seu público estava mais apaixonado pela sua banda do que por Jesus, e que a fé cristã estava declinando na medida em que era superada pelo Rock. Tal afirmação gerou um mar de protestos contra a banda inglesa em várias partes do mundo, sobretudo nos Estados Unidos, onde várias estações de rádio se negaram a tocá-los e, nas regiões onde a cultura protestante estava mais presente, as pessoas chegaram a queimar publicamente os discos dos Beatles. Lennon, como se sabe, foi assassinado na noite de 8 de dezembro de 1980, quando se aproximava da entrada do seu hotel, em Nova York.

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